As explorações e missões da Nasa exigem taxas de
dados maiores do que aquelas atualmente disponíveis. A Deep Space Network (Rede do Espaço Profundo) - um sistema de
comunicação internacional para apoiar missões de naves espaciais - utiliza a
tecnologia mais atual de rádio frequência (RF) para redes de espaço livre
(aquelas que transmitem dados através do espaço em vez de usar estruturas
sólidas como cabos de fibra óptica). Uma rede de comunicações de espaço livre
com base na tecnologia óptica oferece taxas de dados que são ordens de grandeza
maior do que a RF. Além disso, é menor e mais leve, uma característica
particularmente importante para os terminais de satélite carentes de recursos de
energia.
Para explorar estas vantagens, a Nasa vem trabalhando
em demonstrações laboratoriais para um sistema real, o Lunar Laser Communication Demonstration (LLCD). O projeto inclui um
terminal óptico no espaço, o Lunar
Lasercom Space Terminal (LLST)1 (Figura 1), lançado como uma
carga no Lunar Atmosphere and Dust
Environment Explorer (Ladee), e um terminal de chão transportável, o Lunar Lasercom
Ground Terminal
(LLGT)2.
O LLST lançado em 07
de setembro de 2013 atingiu 250 km em órbita
acima da superfície lunar no início de outubro. Durante o mês seguinte, foram
estabelecidas comunicações livres de erros entre o LLST e o LLGT. Este link de
comunicação a laser de 230.000 km foi o mais longo já construído, e demonstrou
as taxas de comunicação de dados mais altas atingidas de ou para a Lua. Além
disso, o sistema utiliza símbolos de dados estruturados e hardware adicional
para conseguir medições contínuas do tempo de voo de ida e volta com resolução bem
menor do que 200 ps3.
Figura 1. (a) Módulo óptico do Lunar Lasercom Space Terminal. (b) Módulo óptico montado na nave
espacial Lunar Atmosphere and Dust
Environment Explorer.
A luz do LLST foi recolhida em quatro telescópios de 40
centímetros no terminal LLGT localizado no Novo México. Cada telescópio foi
acoplado a uma fibra personalizada que mantém a polarização que foi então
concentrada em um conjunto de quatro nanofios supercondutores de nitreto de nióbio
(NbN) detectores de um único fóton (superconducting
nanowire single-photon detectors - SNSPDs). Tais detectores são baseados em
supercondutores que operam abaixo das suas temperaturas críticas com uma
corrente constante logo abaixo da corrente crítica. Quando um único fóton é
absorvido no nanofio, a corrente supercondutora é interrompida e resulta numa
resistência finita que pode ser medida como um pulso de tensão na saída antes
do nanofio relaxar rapidamente ao seu estado supercondutor. Os SNSPDs estão
disponíveis desde 2001,4 mas para o programa LLCD, alguns avanços
foram necessários para atingir a alta eficiência do sistema de detecção de
fótons (PDE) e baixos tempos de reposição para suportar a taxa de dados de 622
Mb/s.5
A concepção e construção de cavidades ópticas também foi
modificada para melhorar a absorção de fótons e o PDE,6 bem como a
concepção de matrizes intercaladas para aumentar as taxas de contagem.7 Os dispositivos de nanofios foram fabricados usando a litografia por feixe de
elétrons em filmes de NbN cultivados em substratos de silício/dióxido de silício.
Os nanofios formaram um padrão circular de 14 μm de diâmetro, com quatro
nanofios intercalados, que foram colocados em uma cavidade
óptica (veja Figura 2) para alcançar um PDE de 75%. As matrizes SNSPD foram
mantidas a uma temperatura de 2.7 K em uma de duas fases do ciclo (ver Figura
3). Os estágios eletrônicos10 foram alojados em prateleiras ao lado
do sistema criogênico, e todos foram alojados remotamente a partir de
telescópios ligados por fibra personalizada.
Figura 2. (a) Micrografia eletrônica de varredura do padrão
intercalado dos nanofios supercondutores detectores de um único fóton (SNSPD).
(b) Perfil esquemático da matriz SNSPD e da cavidade óptica. Si: silício. SiO2:
dióxido de silício.
Figura 3. Topo: O Lunar
Lasercom Ground Terminal (LLGT) em White
Sands, no Novo México. Canto inferior direito: O refrigerador criogênico
montado para as quatro matrizes SNSPD. Canto inferior esquerdo: sistema criogênico
de processamento de sinais eletrônicos.
Em resumo, o LLCD alcançou uma taxa de transmissão de
dados livre de erros de 622 Mb/s entre o terminal LLST em um satélite em órbita
lunar e o terminal LLGT na Terra usando um receptor de um único fóton de nanofios
supercondutores de NbN. Esta demonstração constituiu o elo de comunicação a
laser de maior alcance já construído e as taxas de dados de comunicação mais
altas atingidas de ou para a Lua. Com base no sucesso do LLCD, a Nasa está
preparando a implantação de terminais ópticos de comunicações a laser para
operações espaciais.
Matthew Grein, Eric Dauler, Andrew Kerman, Matthew
Willis, Barry Romkey, Bryan Robinson, Daniel Murphy, Don Boroson
Instituto
de Tecnologia de Massachusetts
Laboratório
Lincoln
Lexington, MA
Referências
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Boroson, D. A. Burianek, D. V. Murphy, Overview of the Lunar Laser
Communications Demonstration, Proc. SPIE 7923, p. 792302, 2011. doi:10.1117/12.878313
2. D. Fitzgerald, Design of
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3. D. M. Boroson, B. S.
Robinson, D. V. Murphy, D. A. Burianek, F. Khatri, J. M. Kovalik, Z. Sodnik, D.
M. Cornwell, Overview and results of the lunar laser communication
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al., Design of a ground-based optical receiver for the Lunar Laser
Communications Demonstration, Proc. Int'l Conf. Space Opt. Syst. Appl., p. 78-82, 2011.
Fonte: http://spie.org/x114726.xml
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