Aplicações da Supercondutividade - O skate voador da Lexus

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sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Dois líquidos de spin em um supercondutor à base de ferro (Two spin liquids square off in an iron-based superconductor)


Modelo dos mapas de spin no material ferro-telúrio-enxofre. A coluna da esquerda mostra três modelos de correlações de spin, com as cores vermelho e verde correspondentes aos spins orientados em direção oposta. As imagens à direita mostram os padrões de espalhamento de nêutrons para cada caso. A partir de (a), que representa as correlações dominantes em alta temperatura, observe como os spins formam quadrados alternados como um tabuleiro de xadrez na projeção plana, e como o “padrão quadrado de dança” muda para padrão de diagonais em (b), que ocorre a baixas temperaturas, e finalmente alternando em listras previsto de existir em um bom supercondutor (c).


Apesar de um quarto de século de investigação desde a descoberta dos primeiros supercondutores de alta temperatura, os cientistas ainda não têm uma imagem clara de como esses materiais são capazes de conduzir eletricidade sem perda de energia. Os estudos até agora se centram na busca da ordem eletrônica e magnética de longo alcance nos materiais, tais como padrões de spins de elétrons, com base na crença de que esta ordem é subjacente a supercondutividade. Mas um novo estudo está desafiando essa noção.
       O estudo descreve como um material de ferro-telureto relacionado a uma família de supercondutores de alta temperatura desenvolve a supercondutividade sem a ordem eletrônica ou magnética de longa distância quando dopado com uma pequena quantidade de enxofre. Na verdade, o material apresenta um estado magnético tipo-líquido, que consiste de duas fases magnéticas coexistentes e desordenadas, as quais parecem preceder e podem estar associadas ao seu comportamento supercondutor.
       “Nossos resultados desafiam uma série de paradigmas amplamente aceitos em como os supercondutores não convencionais trabalham”, disse o principal pesquisador do estudo, o físico Brookhaven Igor Zaliznyak. “Eu acredito que nós descobrimos uma importante pista para a natureza do magnetismo e suas conexões com a supercondutividade em supercondutores à base de ferro”. Este avanço poderá abrir um novo caminho para explorar o surgimento de uma propriedade com grande potencial para uso generalizado.

A dança quadrada magnética
Zaliznyak e colaboradores estudaram o material supercondutor não convencional feito de ferro e telúrio (FeTe), utilizando espalhamento de nêutrons. Criaram mapas de dispersão magnética para o material a várias temperaturas e com o material dopado com uma pequena quantidade de enxofre. Como uma fotografia composta de várias fotos separadas, os mapas unem diversos “instantâneos” da ordem magnética no material.
       Eles descobriram que a ordem foi de natureza extremamente local, existindo apenas por um instante antes de mudar, uma característica de comportamento tipo-líquido. Os resultados revelaram que uma mudança fundamental no local, padrão tipo-líquido das correlações eletrônicas de spin foi a mudança chave que acompanhou o surgimento de supercondutividade.
       “As medições revelam arranjos dinâmicos de momentos magnéticos semelhantes aos padrões formados por dançarinos em uma pista de dança”, disse Zaliznyak. “À medida que a temperatura foi reduzida, os átomos magnéticos pareciam mudar seus padrões, neste caso, o movimento da dança foi iniciado pelos elétrons que eventualmente evoluem para o estado supercondutor”.

Um raro olhar para o estado líquido
Além de oferecer uma visão sobre um potencial mecanismo para o surgimento de supercondutividade de alta temperatura, este trabalho também fornece informações valiosas sobre a natureza dos líquidos. Apesar de estar entre os mais comuns sistemas da matéria condensada, líquidos ainda são pouco conhecidos em nível microscópico. Na verdade, a natureza dinâmica e fugaz da ordem local em líquidos é o que os tornam particularmente difíceis de estudar.
       A ideia de que os líquidos podem ser uma mistura de dois líquidos diferentes que têm diferentes estruturas e densidades locais, remonta ao final do século XIX. Mesmo agora, a possível existência de diferentes “polimorfos” líquidos em fluidos moleculares simples, e transições de fase líquido-líquido entre eles, continua a receber considerável atenção no mundo da investigação. Mas o problema não tinha sido resolvido, principalmente porque a concorrência entre as diferentes fases líquidas só surge a temperaturas muito baixas.
       “Em alguns materiais, no entanto, essa concorrência surge naturalmente em sistemas de momentos magnéticos eletrônicos, onde o desenvolvimento da ordem magnética é dificultada pelas interações concorrentes”, disse Zaliznyak. “Nestes casos, o material continua a ser desordenado, mesmo a temperaturas muito mais baixas do que a energia das interações magnéticas, produzindo, assim, um estado líquido de spin eletrônico”.
       “Nossos resultados que estudam o sistema de spin no FeTe dopado com enxofre é um exemplo experimental raro de um polimorfismo líquido”.

Percepções mais inesperadas
Os resultados do grupo também refutam outro conjunto de pontos de vista amplamente aceitos dos estados eletrônicos em metais, onde os elétrons só estão autorizados a ocupar um determinado conjunto de rígidas bandas de energia. O estado líquido de spin descoberto parece refletir a existência de novos híbridos elétron-orbital, provavelmente resultante da dopagem de enxofre, mas também provocada por mudanças de temperatura.
       “Esta é uma descoberta surpreendente que exige uma profunda revisão do modelo tight binding, disse Zaliznyak.
       Ele e seu grupo também podem ter encontrado uma explicação para os misteriosos padrões de espalhamento de nêutrons observados por outros grupos que estudam amostras de supercondutores baseados em ferro.
       “Parece que toda a variedade nos padrões de nêutrons que foram observadas nesses materiais pode ser bem descrita por nosso modelo de spin-líquido”, disse ele. “Eles todos se manifestam com correlações locais muito semelhantes, revelando que nós podemos ter encontrado uma incrível universalidade intrínseca entre eles”.







sábado, 23 de maio de 2015

Pesquisadores usam Mira para olhar dentro dos supercondutores de alta temperatura (Researchers use Mira to peer inside high-temperature superconductors)





Pesquisadores da Universidade de Illinois estão usando o supercomputador Mira para investigar o estado magnético em diferentes níveis de pressão, do seleneto de ferro, um conhecido supercondutor de alta temperatura. Crédito: Lucas Wagner, Universidade de Illinois



Pesquisadores da Universidade de Illinois estão usando recursos de supercomputação do Argonne Leadership Computing Facility (ALCF), para estudar a natureza misteriosa dos supercondutores de alta temperatura.
Com temperaturas críticas que variam de 30 a 130 Kelvin, esta classe relativamente nova de supercondutores de alta temperatura é nova apenas no nome. Antes da sua descoberta, em 1986, acreditava-se que a supercondutividade só poderia ocorrer em temperaturas abaixo de 30 Kelvin.
     A descoberta de supercondutores de alta temperatura levou a inúmeras pesquisas que resultaram na identificação de vários outros supercondutores, mas a origem de suas propriedades únicas permanece indefinida.
     “Nós ainda não temos uma teoria universal para os supercondutores de altas temperaturas”, disse Lucas Wagner, professor assistente na Universidade de Illinois. “O objetivo do nosso trabalho no ALCF é dar um passo a mais na compreensão desses sistemas”.
     Com uma melhor compreensão dos mecanismos que dão origem à supercondutividade de alta temperatura, os cientistas poderão projetar novos materiais e desenvolver tecnologias a partir deles.
Supercondutores convencionais (de baixa temperatura), são utilizados em ressonância magnética e aceleradores de partículas, mas suas aplicações cotidianas são limitadas porque os materiais requerem sistemas de refrigeração muito caros e difíceis de trabalhar.
     “É possível que os supercondutores de alta temperatura amenizem algumas dessas deficiências e levem a outras aplicações potenciais, como linhas de transmissão de energia e motores elétricos, bem mais viáveis”, diz Wagner.
     No ALCF, Wagner e sua equipe estão usando o supercomputador Mira para simular o magnetismo do seleneto de ferro em diferentes níveis de pressão. O estudo foi inspirado no trabalho experimental que demonstrou que o seleneto de ferro é supercondutor a temperaturas elevadas quando submetidos a altas pressões.
Os pesquisadores realizam simulações da estrutura eletrônica do seleneto de ferro em um nível de detalhe sem precedentes. Até agora, os cálculos tem ajudado a compreender melhor o comportamento magnético do material e porque ele muda com a pressão, fornecendo evidências para apoiar a noção de que a supercondutividade de alta temperatura é de origem magnética.
     “As propriedades dos elétrons são determinadas por um equilíbrio entre uma tendência de se espalhar, evitar um ao outro e estar perto dos núcleos”, diz Wagner. “No seleneto de ferro, nós confirmamos que o equilíbrio entre essas três coisas leva a um caráter magnético incomum. E que este equilíbrio muda com a pressão”.
     As simulações de alta precisão não teriam sido possíveis sem um supercomputador massivamente paralelo como o Mira. Os materiais supercondutores são sistemas fortemente correlacionados, prever o seu comportamento depende do cálculo das interações entre seus elétrons. Métodos computacionais tradicionais, como a teoria do funcional da densidade, em média, desconsideram essas interações, o que tornava impossível estudar esses materiais com qualquer precisão no passado.
     Com a crescente disponibilidade de supercomputadores de alto desempenho, o método QMC (quantum Monte Carlo) surgiu como uma ferramenta eficaz para simular explicitamente as interações entre elétrons, abrindo a porta a novos esforços de investigação computacional para uma ampla gama de sistemas que necessitam de previsões realistas de propriedades dos materiais.
     Como o principal desenvolvedor do código aberto QWalk, Wagner está na vanguarda da pesquisa em QMC. Para ajudar a promover a pesquisa no ALCF, ele continua a trabalhar com os engenheiros de desempenho da instalação para melhorar o código no Mira. Até agora, eles têm sido capazes de aumentar a velocidade do QWalk em 20%.
     “Descobrimos que uma quantidade significativa de tempo foi gasto em uma parte do código com um padrão de computação de memória intensiva”, diz Vitali Morozov, principal engenheiro de desempenho de aplicações no ALCF. “Otimizando o uso de estruturas de dados para operações similares levaram a uma redução significativa do estresse sobre a largura de banda de memória”.
     A equipe de Wagner procura entender a diferença entre supercondutores de alta temperatura e materiais não supercondutores que exibem propriedades semelhantes. Eles também utilizam o Mira para prever novos materiais com propriedades promissoras. Os resultados contribuirão para um esforço de colaboração onde outros pesquisadores vão tentar fazer os materiais previstos.
     “Em última análise, esperamos que o nosso trabalho leve a novos supercondutores”, disse Wagner. “Além disso, os métodos e compreensão que estamos desenvolvendo aqui serão aplicáveis a muitas outras áreas críticas, da catálise à energia fotovoltaica”.





sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Composto tem estranha combinação de propriedades: magnetismo e supercondutividade (coexistence of 3d-ferromagnetism and superconductivity)




http://www.en.uni-muenchen.de/news/newsarchiv/2014/johrendt_superconductor.html
 O novo composto é constituído por camadas alternadas de supercondutores (seleneto de ferro) e de ferromagnéticos (hidróxido de ferro e lítio). (Fonte: Dirk Johrendt)


Pesquisadores da Ludwig Maximilians Univiversity (LMU) sintetizaram um composto supercondutor ferromagnético que é passível de modificação química, abrindo o caminho para estudos detalhados sobre essa rara combinação de propriedades físicas.
        Supercondutividade e ferromagnetismo - a forma “normal” do magnetismo, tal como encontrada em ímãs - são como água e óleo: geralmente não andam juntos. Ferromagnetos são magnéticos porque o alinhamento paralelo dos spins de elétrons adjacentes nos átomos de ferro gera um forte campo magnético interno. Quase todos os supercondutores conhecidos, por outro lado, formam pares de elétrons “anti-alinhados” que excluem as linhas do campo magnético a partir de seus interiores. Mas, químicos da LMU descobriram um novo material em que estas duas propriedades podem coexistir.
        “Sintetizamos um novo composto que é um supercondutor ferromagnético”, diz o professor Dirk Johrendt do Departamento de Química. “Este é um avanço importante, que abre novas oportunidades de pesquisa na área”, acrescenta.
Supercondutores ferromagnéticos não são desconhecidos, mas eles são extremamente raros, e quase sempre apresentam as duas propriedades simultaneamente apenas quando são esfriados a temperaturas próximas do zero absoluto (-273 ºC). “O material em camadas que sintetizamos, (Li,Fe)OH(FeSe), tem a vantagem de funcionar em temperaturas mais altas, que são mais fáceis de alcançar e manipular no laboratório”, diz Johrendt.
        O novo composto é constituído por planos alternados supercondutor (seleneto de ferro FeSe) e ferromagnético (hidróxido de ferro e lítio (Li,Fe)OH). Quando o material é resfriado, a resistividade elétrica cai a zero na camada de seleneto de ferro em temperaturas abaixo de -230 ºC, e a supercondutividade emerge. Em temperaturas um pouco mais baixas, os átomos de ferro na camada de (Li,Fe)OH se tornam ferromagnético, mas a supercondutividade persiste.
Em colaboração com físicos da Technical Univ. em Dresden e do Paul Scherrer Institute em Villingen (Suíça), os investigadores demonstraram que o campo magnético gerado pela camada (Li,Fe)OH penetra espontaneamente nas camadas supercondutoras e na ausência de campos aplicados externamente. Este novo estado da matéria é referido como uma fase de vórtice espontânea. As poucas substâncias que exibem este efeito não podem ser facilmente modificadas e requerem temperaturas ultrafrias, tornando difícil uma investigação mais detalhada.
        “Nosso novo composto pela primeira vez nos dá a oportunidade de explorar a influência da modificação química sobre a coexistência de supercondutividade e ferromagnetismo, de modo que logo será possível a realização de estudos mais extensos desse fascinante fenômeno”, conclui Johrendt.







Coexistence of 3d-Ferromagnetism and Superconductivity in [(Li1-xFex)OH](Fe1-yLiy)Se, Ursula Pachmayr et al., Angewandte Chemie. Article first published online: 7 OCT 2014, DOI: 10.1002/anie.201407756.




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