Aplicações da Supercondutividade - O skate voador da Lexus

sábado, 23 de maio de 2015

Pesquisadores usam Mira para olhar dentro dos supercondutores de alta temperatura (Researchers use Mira to peer inside high-temperature superconductors)





Pesquisadores da Universidade de Illinois estão usando o supercomputador Mira para investigar o estado magnético em diferentes níveis de pressão, do seleneto de ferro, um conhecido supercondutor de alta temperatura. Crédito: Lucas Wagner, Universidade de Illinois



Pesquisadores da Universidade de Illinois estão usando recursos de supercomputação do Argonne Leadership Computing Facility (ALCF), para estudar a natureza misteriosa dos supercondutores de alta temperatura.
Com temperaturas críticas que variam de 30 a 130 Kelvin, esta classe relativamente nova de supercondutores de alta temperatura é nova apenas no nome. Antes da sua descoberta, em 1986, acreditava-se que a supercondutividade só poderia ocorrer em temperaturas abaixo de 30 Kelvin.
     A descoberta de supercondutores de alta temperatura levou a inúmeras pesquisas que resultaram na identificação de vários outros supercondutores, mas a origem de suas propriedades únicas permanece indefinida.
     “Nós ainda não temos uma teoria universal para os supercondutores de altas temperaturas”, disse Lucas Wagner, professor assistente na Universidade de Illinois. “O objetivo do nosso trabalho no ALCF é dar um passo a mais na compreensão desses sistemas”.
     Com uma melhor compreensão dos mecanismos que dão origem à supercondutividade de alta temperatura, os cientistas poderão projetar novos materiais e desenvolver tecnologias a partir deles.
Supercondutores convencionais (de baixa temperatura), são utilizados em ressonância magnética e aceleradores de partículas, mas suas aplicações cotidianas são limitadas porque os materiais requerem sistemas de refrigeração muito caros e difíceis de trabalhar.
     “É possível que os supercondutores de alta temperatura amenizem algumas dessas deficiências e levem a outras aplicações potenciais, como linhas de transmissão de energia e motores elétricos, bem mais viáveis”, diz Wagner.
     No ALCF, Wagner e sua equipe estão usando o supercomputador Mira para simular o magnetismo do seleneto de ferro em diferentes níveis de pressão. O estudo foi inspirado no trabalho experimental que demonstrou que o seleneto de ferro é supercondutor a temperaturas elevadas quando submetidos a altas pressões.
Os pesquisadores realizam simulações da estrutura eletrônica do seleneto de ferro em um nível de detalhe sem precedentes. Até agora, os cálculos tem ajudado a compreender melhor o comportamento magnético do material e porque ele muda com a pressão, fornecendo evidências para apoiar a noção de que a supercondutividade de alta temperatura é de origem magnética.
     “As propriedades dos elétrons são determinadas por um equilíbrio entre uma tendência de se espalhar, evitar um ao outro e estar perto dos núcleos”, diz Wagner. “No seleneto de ferro, nós confirmamos que o equilíbrio entre essas três coisas leva a um caráter magnético incomum. E que este equilíbrio muda com a pressão”.
     As simulações de alta precisão não teriam sido possíveis sem um supercomputador massivamente paralelo como o Mira. Os materiais supercondutores são sistemas fortemente correlacionados, prever o seu comportamento depende do cálculo das interações entre seus elétrons. Métodos computacionais tradicionais, como a teoria do funcional da densidade, em média, desconsideram essas interações, o que tornava impossível estudar esses materiais com qualquer precisão no passado.
     Com a crescente disponibilidade de supercomputadores de alto desempenho, o método QMC (quantum Monte Carlo) surgiu como uma ferramenta eficaz para simular explicitamente as interações entre elétrons, abrindo a porta a novos esforços de investigação computacional para uma ampla gama de sistemas que necessitam de previsões realistas de propriedades dos materiais.
     Como o principal desenvolvedor do código aberto QWalk, Wagner está na vanguarda da pesquisa em QMC. Para ajudar a promover a pesquisa no ALCF, ele continua a trabalhar com os engenheiros de desempenho da instalação para melhorar o código no Mira. Até agora, eles têm sido capazes de aumentar a velocidade do QWalk em 20%.
     “Descobrimos que uma quantidade significativa de tempo foi gasto em uma parte do código com um padrão de computação de memória intensiva”, diz Vitali Morozov, principal engenheiro de desempenho de aplicações no ALCF. “Otimizando o uso de estruturas de dados para operações similares levaram a uma redução significativa do estresse sobre a largura de banda de memória”.
     A equipe de Wagner procura entender a diferença entre supercondutores de alta temperatura e materiais não supercondutores que exibem propriedades semelhantes. Eles também utilizam o Mira para prever novos materiais com propriedades promissoras. Os resultados contribuirão para um esforço de colaboração onde outros pesquisadores vão tentar fazer os materiais previstos.
     “Em última análise, esperamos que o nosso trabalho leve a novos supercondutores”, disse Wagner. “Além disso, os métodos e compreensão que estamos desenvolvendo aqui serão aplicáveis a muitas outras áreas críticas, da catálise à energia fotovoltaica”.





quinta-feira, 21 de maio de 2015

Três ideias supercondutoras para uso em automação industrial (Festo floats three superconducting ideas at Hannover)



Na demonstração SupraCycle da Festo, frascos de vidro são transportados de um processo para outro, sem contato físico


A Festo, uma empresa de automação industrial, apresentou suas mais recentes ideias para a utilização de supercondutores em aplicações industriais. Em três etapas, ela mostra como supercondutores podem ser utilizados: para armazenar e mover objetos em rolos suspensos (de fato, agindo como rolamentos supercondutores); para o transporte de peças de trabalho usando um veio transportador helicoidal rotativo; e para fazer a transferência de objetos a partir de um módulo de automação para outro, sem contato. O vídeo abaixo exibe todas as demonstrações consecutivamente.




        Durante vários anos, a Festo tem investigado e demonstrado potenciais aplicações industriais dos supercondutores. Ela diz que agora está perto de usar algumas das tecnologias em aplicações reais.
        “Não estamos mostrando apenas os efeitos impressionantes da levitação e as oportunidades oferecidas pela tecnologia de supercondutores, estamos discutindo ativamente o seu potencial em conjunto com a automação industrial”, revela Georg Berner, chefe de desenvolvimento corporativo da Festo. “No momento, estamos trabalhando no sentido de iniciar os nossos primeiros projetos-piloto”.
        As demonstrações da Festo não exploram a capacidade dos supercondutores de transportar grandes correntes sem resistência. Em vez disso, eles fazem uso de outro fenômeno - sua capacidade de tornar-se um ímã permanente a uma distância fixa em qualquer plano. Isso permite que os objetos sejam mantidos em posição ou movidos sem contato físico, sem a necessidade de muita energia e sem exigir eletrônica de controle.
        A primeira demonstração (começando em 2:40 no vídeo acima) é chamada SupraCarrier, e pode ser usada para mover planos, produtos não-ferromagnéticos de todos os tamanhos etc. A segunda demonstração (em 4:11 no vídeo), é chamada SupraHelix e mostra como peças em forma de anel poderiam ser transportadas a partir de uma estação de processamento para o outro. A demonstração final, chamada SupraCycle (6:00 no vídeo),        poderia ser usada para transferir objetos sem fazer contato com eles. No vídeo, esses objetos são frascos de vidro. A tecnologia pode ser usada para criar cadeias de processos de qualquer comprimento.




quarta-feira, 20 de maio de 2015

Pesquisadores descobrem “dança-oscilante” em pares de elétrons (Researchers discover 'swing-dancing' pairs of electrons)



Linha inferior: representação de elétrons em um estado supercondutor. Os casais dançam de forma síncrona e sem perda de energia. Linha superior: elétrons dançando de forma totalmente independente no estado normal. Linha do meio: elétrons “dançam oscilando” como pares, mas não formam um estado supercondutor.


Pesquisadores liderados por Jeremy Levy descobriram que elétrons podem “dançar oscilando”. Este comportamento eletrônico pode levar potencialmente a novas famílias de dispositivos quânticos.
        Supercondutores constituem a base para dispositivos de imagem de ressonância magnética, bem como tecnologias emergentes, como computadores quânticos. No coração de todos os supercondutores está o agrupamento de elétrons em pares.
        Levy, Professor de Física e diretor do Pittsburgh Quantum Institute, descobriu uma fase onde os elétrons formam pares, mas não chegam a um estado supercondutor. A descoberta fornece novas pistas fundamentais em um mecanismo que um dia poderia ser usado para projetar um material que é supercondutor à temperatura ambiente. Tal avanço iria transformar radicalmente uma variedade de tecnologias, como trens de alta velocidade, transmissão de energia sem perdas e computadores que operam com requisitos de energia insignificantes.
        Uma maneira de entender esse novo estado é estender uma analogia articulada por J. Robert Schrieffer, que dividiu o Prêmio Nobel de Física em 1972 pela teoria (BCS) da supercondutividade. Em um supercondutor, o movimento de elétrons emparelhados é altamente coordenado, semelhante à valsa de casais na pista de dança. No estado normal ou não supercondutor, os elétrons se movem de forma independente, esbarrando uns nos outros de vez em quando e dissipando energia. O que a nova pesquisa identificou é um estado intermediário onde os elétrons formam pares, mas cada par se move de forma independente. Pode-se considerar que os pares de elétrons estão numa “dança oscilante”, onde os pares dançam de mãos dadas, mas não se movem em sincronia.
        David M. Eagles, em 1969, publicou a primeira teoria para descrever como os elétrons formam pares sem estabelecer um estado supercondutor. Guanglei Cheng, professor assistente no laboratório de Levy, descreve como a teoria foi comprovada: “A descoberta vem do avanço tecnológico para fabricar transistores supercondutores de um único elétron em uma interface de óxido - uma tecnologia que nos permite contar os elétrons e os pares, um por um. E isso é apenas o começo. Agora temos uma plataforma inovadora para estudar as fascinantes correlações elétron-elétron em dimensões nanométricas”.







domingo, 17 de maio de 2015

Primeiro bit quântico supercondutor do Reino Unido (UK's first superconducting quantum bit foundry)




Teresa Hoenigl-Decrinis com um sistema avançado de deposição de filmes finos. Acima da esquerda para a direita: várias demonstrações da natureza quântica de um dos qubits.


O professor Oleg Astafiev e sua equipe projetaram, construíram e operaram o primeiro dispositivo de qubit supercondutor do Reino Unido.
       Bits quânticos ou qubits são os blocos básicos para um computador que trabalha de acordo com as regras da física quântica. Capaz de executar programas e tarefas que nossos computadores atuais não podem fazer, os computadores quânticos são o próximo grande passo no futuro da computação.
Dispositivos supercondutores são uma das mais avançadas tecnologias em estudo a nível mundial para implementar os computadores quânticos. As aplicações potenciais destes materiais vão muito além do campo da computação quântica e incluem avanços na medicina e na exploração do espaço.
       O professor Astafiev e sua equipe obtiveram avanços importantes na qualidade de nanofabricação e desenvolveram um dispositivo de vários qubits acoplados a uma linha de transmissão de microondas. As imagens mostram vários aspectos da natureza quântica do dispositivo e a análise detalhada dos dados comprova a elevada qualidade do processo de concepção e fabricação.
       Segundo Astafiev, “Vamos estudar dispositivos mais complexos e os fenômenos mais interessantes em dispositivos quânticos macroscópicos e fotônica de microondas quântica”.




sábado, 16 de maio de 2015

Explicado o segredo do supercondutor H2S (Secret of record-breaking superconductor explained)



A superfície de Fermi no sulfeto de hidrogênio sob 200 GPa de pressão. (Cortesia: Ion Errea, Matteo Calandra et al.)


A supercondutividade convencional pode ocorrer em temperaturas muito mais altas do que o esperado, de acordo com cálculos feitos por uma equipe internacional de físicos liderada por Matteo Calandra do Instituto IMPMC em Paris. Os pesquisadores desenvolveram um modelo teórico para explicar o recorde da supercondutividade relatada no ano passado para o sulfeto de hidrogênio (H2S), o qual a equipe atribui a interações relativamente simples semelhantes aquelas que ocorrem em supercondutores convencionais de baixa temperatura.
        Supercondutores de baixa temperatura são bem descritos pela teoria BCS, em que interações com fônons levam ao emparelhamento de elétrons em pares de Cooper que viajam através do material sem resistência. A maior temperatura crítica (TC) para esta classe de supercondutores é apenas 39 K (para o MgB2).
        Apesar da grande quantidade de pesquisa feita sobre supercondutores de alta temperatura, grande parte da física subjacente à sua supercondutividade permanece desconhecida. Esse mistério foi aprofundado no final do ano passado quando Mikhail Eremets e colaboradores descobriram que quando submetido a uma pressão extremamente alta (200 GPa), o H2S tem uma TC de 190 K (Veja aqui). Enquanto a TC de supercondutores de alta temperatura pode ser aumentada pela aplicação de pressão, o H2S parece destinado a tornar-se o novo recordista se a medida for confirmada.
        A coisa estranha sobre o H2S é que - ao contrário de outros supercondutores de alta temperatura – ele não existe em um estado magnético, e, portanto, se assemelha mais a um supercondutor convencional. Essa observação levou Calandra e colegas a usar a teoria BCS como ponto de partida para os seus cálculos.
        As interações entre os elétrons e as vibrações dos átomos de hidrogênio são a chave para a compreensão da supercondutividade no H2S. O hidrogênio tem uma massa muito pequena e vibra em frequências relativamente elevadas. Estes modos de alta frequência interagem fortemente com elétrons e deve resultar em um supercondutor com uma TC muito alta. Quando Calandra e colegas utilizaram a teoria BCS para calcular a TC do H2S em alta pressão, eles obtiveram um valor de 250 K - muito maior do que o observado 190 K.
        A equipe acredita que a TC real é um pouco menor, porque a teoria BCS assume que os átomos vibram no material como osciladores harmônicos simples. No entanto, átomos leves como hidrogênio sofrem oscilações anarmônicas mais complicadas, e isso pode enfraquecer significativamente as interações que criam os pares de Cooper. Depois de levar em conta os efeitos anarmônicos em seus cálculos, os pesquisadores calcularam uma TC muito mais realista de 194 K.

Aumentando a pressão
        Os cálculos também sugerem que a interação entre os efeitos anarmônicos e outras propriedades do material resulta numa TC constante entre 200-250 GPa. Observar esse efeito no laboratório seria um bom teste para os cálculos, Calandra diz não ter conhecimento de quaisquer medições acima de 200 GPa. Ele ressalta que a experiência de 200 GPa foi extremamente difícil de fazer, e que Eremets e colegas são provavelmente os únicos pesquisadores capazes de estudar o H2S a pressões mais elevadas.
        “A descoberta de Eremets e nosso trabalho teórico fundamentam o caminho para a busca da supercondutividade de alta TC em hidretos e materiais à base de hidrogênio em geral”, diz Calandra. “Nesta classe de materiais deve ser possível encontrar supercondutores com uma TC da mesma ordem (ou superior) do que o H2S a alta pressão”, acrescenta.
        Elisabeth Nicol da Universidade de Guelph no Canadá está entusiasmada com os resultados. “O surpreendente é que podemos ter um supercondutor de elétron-fônon que opera a 190 K”, diz ela. Nicol, que não estava envolvido nos cálculos, acrescenta que “Embora tecnicamente a teoria da supercondutividade em si não estabeleça um limite na TC, o consenso foi que os supercondutores de elétron-fônon têm baixa TC. Claramente, estamos aprendendo que ainda há possibilidades para a supercondutividade convencional”.
        O trabalho está publicado na Physical Review Letters.






terça-feira, 12 de maio de 2015

IBM apresenta um chip de computação quântica (IBM Shows Off a Quantum Computing Chip)



Quando resfriado a uma fração acima do zero absoluto, os quatro elementos escuros no centro do circuito no meio desta imagem podem representar dados digitais usando efeitos da mecânica quântica.


Um novo chip supercondutor desenvolvido pela IBM demonstra um importante passo necessário para o desenvolvimento dos computadores quânticos. Se desenvolvido com sucesso, os computadores quânticos poderiam efetivamente tomar atalhos através de muitos cálculos que são difíceis para os computadores de hoje.
O novo chip da IBM é o primeiro a integrar os dispositivos básicos necessários para construir um computador quântico, conhecido como qubits, em uma rede 2D. Pesquisadores acham que uma das melhores rotas para fazer um computador quântico prático implicaria a criação de redes de centenas ou milhares de qubits que trabalham em conjunto.
Os circuitos do chip da IBM são feitos a partir de metais que se tornam supercondutor quando resfriados a temperaturas extremamente baixas. O chip da IBM contém apenas a rede mais simples possível, quatro qubits em uma matriz dois-por-dois. Anteriormente os pesquisadores tinham mostrado que eles só poderiam operar qubits juntos quando dispostos em uma linha. Ao contrário de bits binários convencionais, um qubit pode inserir um ‘estado de superposição’ onde é efetivamente 0 e 1, ao mesmo tempo. Quando qubits nesse estado trabalham juntos, eles podem cortar através de cálculos complexos de maneiras impossíveis para hardwares convencionais. Google, NASA, Microsoft, IBM, e o governo dos EUA estão trabalhando na tecnologia.
Existem maneiras diferentes de fazer qubits, os circuitos supercondutores usados ​​pela IBM e Google são um dos mais promissores. No entanto, todos os qubits sofrem do fato de que os efeitos quânticos que utilizam para representar os dados são muito susceptíveis a interferência. Muito trabalho atual está focada em mostrar que pequenos grupos de qubits podem detectar quando erros ocorrem para que eles possam ser contornados ou corrigidos.
No início deste ano, pesquisadores da Universidade da Califórnia em Santa Barbara e do Google anunciaram a construção de um chip com nove qubits supercondutores dispostos em uma linha (clique aqui). Alguns dos qubits do sistema podem detectar quando companheiros no dispositivo sofrem um tipo de erro chamado bit-flip, onde um qubit representando um 0 muda para 1 ou vice-versa.
No entanto, qubits também sofrem de um segundo tipo de erro conhecido como flip de fase, em que o estado de superposição de um qubit fica distorcido. Qubits só podem detectar outros qubits se eles estão trabalhando em conjunto numa matriz 2D, diz Jay Gambetta, líder do grupo de pesquisa de computação quântica da IBM.
Um artigo publicado detalha como o chip da IBM com quatro qubits dispostos em um quadrado pode detectar ambos os bits-flips e os de fase. Um par de qubits é checado através do outro par. Um par faz a verificação dos bits-flips e outro verifica os flips de fase. “Este é um trampolim para demonstrar um quadrado maior”, diz Gambetta. “Outros desafios emergem quando o quadrado fica maior, mas parece muito otimista para as próximas etapas.”
Gambetta diz que sua equipe teve que projetar cuidadosamente o seu novo chip para superar problemas de interferências causados por colocar quatro qubits tão próximos. Eles já estão fazendo experiências com um chip que tem uma grade de oito qubits em um retângulo de dois-por-quatro. Raymond Laflamme, diretor do Instituto para a Computação Quântica da Universidade de Waterloo, no Canadá, descreve os resultados da IBM como “um marco importante [em direção aos] processadores quânticos de confiança”. Combater os erros é um dos problemas mais importantes do campo. “A computação quântica promete ter muitas aplicações alucinantes, mas é prejudicada pela fragilidade da informação quântica”.
Resolver esse problema exige ir um passo além dos resultados mais recentes da IBM, e corrigir os erros qubit bem como detectá-los. Isso só pode ser demonstrado em uma grade maior de qubits, diz Laflamme. No entanto, nem todos os pesquisadores de computação quântica pensam em qubits como aqueles que estão sendo construídos na IBM, Google e em outros lugares. Pesquisadores da Microsoft e Bell Labs estão trabalhando para criar um design completamente diferente do qubit que deve ser menos propenso a erros.




segunda-feira, 11 de maio de 2015

Novo ondulador supercondutor fornece primeira luz de raio-X (Novel superconducting undulator provides first x-ray light at ANKA)


SCU15 é um ondulador supercondutor único instalado no anel de armazenamento ANKA para produção de raios-X de alta luminosidade.

       As facilidades da radiação síncrotron fornecem insights sobre o mundo de estruturas muito pequenas, como micróbios, vírus ou nanomateriais e contam com a tecnologia dedicada ao ímã, que é otimizada para produzir feixes das mais altas intensidades. As instalações de radiação síncrotron no ANKA ganhou um salto tecnológico: eles desenvolveram com sucesso pela primeira vez um novo ondulador supercondutor que fornece campos magnéticos de picos mais elevados para a produção de raios-X.
       Radiação síncrotron é uma das fontes mais intensas de raios-X e radiação infravermelha, e é uma ferramenta poderosa para a investigação na indústria e na academia. Ela fornece uma visão única no mundo da biologia, medicina, química e física, e equipa os investigadores com meios não-destrutivos de análise de materiais ou componentes de dispositivos e máquinas futuras.
O novo ondulador supercondutor de alta performance, com o nome “SCU15”, é um longo dispositivo de 1,5 metros que força os elétrons em um caminho ondulante, usando um campo magnético periódico com 100 períodos de 15 milímetros cada. “A instalação e operação confiável do SCU15 é um marco importante num programa de investigação e desenvolvimento a longo prazo dedicado a dispositivos de inserção de próxima geração, e é um avanço significativo na inserção de supercondutores em dispositivos”, afirma a Drª. Sara Casalbuoni, chefe do grupo de pesquisa. Cristian Boffo, diretor do departamento de desenvolvimento em tecnologias de ímã no BNG, acrescenta: “abordagens tecnológicas inovadoras implementadas no projeto do SCU15 levaram a uma conclusão bem sucedida do primeiro marco na nossa colaboração KIT-BNG, tornando o SCU15 um dispositivo único em todo o mundo”.
Um ondulador é uma matriz de ímãs bipolares alternadas com sentido do campo magnético, o que obriga o feixe de elétrons de alta energia para um caminho ‘ondulante’, que conduz à emissão de radiação eletromagnética intensa e altamente colimada. Em contraste com os onduladores comuns que utilizam ímãs permanentes, o SCU15 utiliza eletroímãs supercondutores. As altas correntes permitem a criação de altos campos magnéticos no interior do dispositivo. Graças a componentes de alta precisão, o SCU15 cumpre exigências rigorosas sobre a precisão do campo magnético. Isso faz do SCU15 o primeiro dispositivo supercondutor de corpo inteiro para atingir campos magnéticos de pico mais elevados.
O desenvolvimento de onduladores supercondutores começou no KIK no início de 1990 e o KIK detém várias patentes aplicáveis ​​à tecnologia de onduladores supercondutores. Já em 2005, um primeiro ondulador supercondutor com 14 mm de comprimento de período e 100 períodos foi instalado e operado no anel de armazenamento do ANKA. Lições valiosas foram aprendidas a partir deste dispositivo. Em particular, observou-se que a carga de calor gerada pelo feixe de elétrons resultou num pico de campo magnético limitado, menor do que o alcançável por onduladores de ímãns permanentes. Graças às lições aprendidas no ANKA e à vasta experiência do BNG em projetar e fabricar sistemas de condução resfriados, um novo projeto foi implementado no SCU15 para superar essa barreira.
Como destaca a Profª. Anke-Susanne Müller: “Com os dispositivos futuros sobre a prancheta, os resultados encorajadores obtidos com o SCU15 pintam um quadro brilhante para a futura implementação de dispositivos de SCU em instalações de radiação síncrotron atuais e da próxima geração”.






sábado, 9 de maio de 2015

Luz empurra matéria um milhão de vezes mais em ilha supercondutora (Light Pushes Matter One Million Times More On Superconducting Island)



Ilustração mostrando a ideia para a introdução de um sistema de dois níveis (qubit ou átomo artificial) em uma cavidade optomecânica. No interior da cavidade (azul), há um sistema quântico de dois níveis (verde), que é compatível mecanicamente (vermelho). Fonte (Nature): http://www.nature.com/ncomms/2015/150427/ncomms7981/fig_tab/ncomms7981_F1.html.


Quando um espelho reflete a luz, ele experimenta um leve empurrão, mas é insignificante em nossas vidas diárias. Nosso mobiliário não está em movimento devido à pressão de radiação da luz porque uma lâmpada de 100 Watt causa uma pressão de apenas um trilionésimo (uma parte em 1.000.000.000.000) da pressão atmosférica normal.
Radiação certamente pressiona matéria no espaço, as caudas dos cometas apontam tipicamente para longe do Sol, devido à pressão de radiação, e isso tem sido proposto como propulsão para velas solares. Em terra firme, a radiação tem sido aproveitada no domínio da física do laser, pode ser usada para acoplar o campo eletromagnético do laser com o movimento de pequenos osciladores mecânicos que podem ser encontradas no interior de relógios comuns. Devido à fragilidade da interação, geralmente precisa de lasers substancialmente fortes.
Um novo estudo mostra que esta pressão de radiação pode ser aumentada consideravelmente - com a ajuda de uma pequena ilha supercondutora. Jani Tuorila da Universidade de Oulu explica que a pressão de radiação nos sistemas são mensuráveis apenas quando o oscilador é atingido por milhões de fótons, porém, colocando uma ilha supercondutora entre o campo eletromagnético e o oscilador para mediar a interação, a força da pressão de radiação pode ser aumentada consideravelmente.
“Nas medidas, exploramos o acoplamento das junções Josephson, especialmente seu caráter não-linear”, diz o co-autor Juha Pirkkalainen da Universidade Aalto, o pesquisador que realizou as medições. Os pesquisadores foram capazes de alterar o acoplamento da pressão de radiação de forma significativa. Com a ilha supercondutora, a pressão de radiação aumentou um milhão de vezes.
Devido ao aumento da pressão de radiação, o oscilador observa o campo eletromagnético com a precisão de um único fóton. Correspondentemente, os osciladores revelam-se ao campo com a resolução de um único quantum de oscilações, um fônon.
A pesquisa permite a observação de fenômenos quânticos em estruturas maiores do que antes, permitindo assim estudar a validade das leis da mecânica quântica em grandes estruturas. Será que isto ocorre apenas com partículas muito pequenas? A existência de um limite superior para a região da validade não foi encontrado ainda.






sexta-feira, 8 de maio de 2015

Maximizando a temperatura crítica supercondutora (Maximizing superconducting critical temperature)





Uma equipe internacional de pesquisadores, liderada pelo professor Kosmas Prassides da Universidade de Tohoku, investigou as propriedades eletrônicas da família de supercondutores não convencionais com base em fulerenos que têm a mais alta temperatura crítica (Tc) supercondutora conhecida entre supercondutores moleculares.
A equipe demonstrou a influência orientadora da estrutura eletrônica molecular no controle da supercondutividade e alcançou a máxima Tc, abrindo o caminho para novas rotas na busca de novos supercondutores moleculares com propriedades melhoradas.
Atualmente, metais convencionais são utilizados para a transmissão de energia elétrica, mas a energia é perdida na forma de calor devido à resistência. Em contraste, os supercondutores não têm resistência elétrica e pode transportar eletricidade sem perder energia.
Infelizmente, materiais supercondutores só funcionam a baixas temperaturas, o que provocou a busca de novos materiais que podem trabalhar à temperatura ambiente ou superior. A maioria dos supercondutores têm estruturas simples. Mas, recentemente, os supercondutores feitos de moléculas dispostas em estruturas sólidas regulares foram encontrados.
A equipe de pesquisa tem abordado pela primeira vez a relação entre o parente isolante, o estado metálico normal acima da Tc e o mecanismo de emparelhamento supercondutor de uma nova família de materiais de fulereno quimicamente pressurizadas. Esta é uma questão chave para entender todos os supercondutores não convencionais, incluindo os cupratos de alta Tc, os pnictídeos de ferro e os sistemas de férmions pesados.
Seu trabalho apresentou um novo estado da matéria - o metal Jahn-Teller - e mostrou que, quando o equilíbrio entre as características moleculares e da rede estendidas dos elétrons no nível de Fermi é otimizado, a temperatura mais alta possível para o início da supercondutividade é atingida.
Como a química sintética permite a criação de novas estruturas eletrônicas moleculares distintas daquelas nos átomos e íons que dominam os supercondutores mais conhecidos, existe agora uma forte motivação para procurar novos materiais supercondutores moleculares.





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