Aplicações da Supercondutividade - O skate voador da Lexus

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terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Criado primeiro feixe de antimatéria! (created first antimatter beam)





Aparelhagem da ASACUSA

Criar um feixe de antimatéria soa como algo que só um cientista louco faria, porém, não há nenhuma maluquice no feixe de átomos de anti-hidrogênio que os cientistas geraram pela primeira vez no centro de pesquisa CERN (European Organization for Nuclear Research), na Europa.

Os pesquisadores por trás da realização técnica revelaram na última terça-feira, dia 21, na revista Nature Communications, que o feixe poderia ajudá-los a entender mistérios profundos como por que vemos muito mais matéria do que antimatéria no universo, e por que existe um universo.

Teoricamente, quantidades iguais de matéria e antimatéria deveriam ter sido criadas no Big Bang que deu origem ao cosmos como o conhecemos. Mas, como qualquer fã de “Jornada nas Estrelas” sabe, a matéria e a antimatéria se aniquilam mutuamente em um flash de energia quando interagem. Assim, os físicos suspeitam que deve ter havido alguma diferença sutil que permitiu que a matéria dominasse o universo.

Experimentos anteriores de colisão de partículas forneceram pistas sobre essa diferença, entretanto, os físicos realmente gostariam de resolver o mistério estudando anti-átomos reais. O problema é que é difícil manter os átomos em existência tempo suficiente para fazer boas medições em escala.

Na verdade, as aplicações de antimatéria estão ao nosso redor há um longo tempo. Hospitais rotineiramente fazem uso de antielétrons, ou pósitrons, para tirar fotos internas do nosso corpo com PET (sigla em inglês para tomografia por emissão de pósitrons). E os pesquisadores estão querendo usar feixes de antiprótons para tratar o câncer.

Mas foi só nos últimos três anos ou mais que os físicos foram capazes de combinar antiprótons e pósitrons em átomos inteiros de anti-hidrogênio e mantê-los dentro de uma câmara à vácuo magnética especialmente projetada nas instalações do Desacelerador Antipróton do CERN, na fronteira suíço-francesa. Mesmo assim, é difícil analisar esse anti-hidrogênio, porque o campo magnético que aprisiona os anti-átomos também interfere com as medições.

Em 2012, cientistas da colaboração ALPHA, do CERN, anunciaram que finalmente conseguiram fazer as primeiras medições espectroscópicas de anti-átomos dentro de sua câmara à vácuo. Agora, os cientistas de uma colaboração diferente, conhecida como ASACUSA, dizem que seu aparelho criou um feixe de átomos de anti-hidrogênio que pode ser medido com mais precisão fora da câmara magnética onde foram criados. Pelo menos 80 dos anti-átomos foram detectados, 2,7 metros abaixo da região de produção.

O aparelho da ASACUSA faz uso de dispositivos com nomes que aqueceriam o coração de um cientista louco: uma bobina de supercondutores anti-Helmholtz, eletrodos de múltiplos anéis, uma cavidade de micro-ondas e um seletor rotativo de feixe de focagem. O resultado é que os anti-átomos energéticos podem ser guiados para uma região com um campo magnético fraco.

“Como os átomos de anti-hidrogênio não têm carga, foi um grande desafio transportá-los de sua câmara”, explicou o líder da equipe ASACUSA, Yasunori Yamazaki, pesquisador do centro japonês RIKEN, em um comunicado à imprensa do CERN. “Nossos resultados são muito promissores para estudos de alta precisão de átomos de anti-hidrogênio, em particular da estrutura hiperfina, uma das duas propriedades espectroscópicas mais conhecidas do hidrogênio. Sua medida no anti-hidrogênio permitirá o teste mais sensível de simetria matéria-antimatéria”.

Yamazaki disse que sua equipe vai retomar as experiências nos próximos meses com uma configuração que deve produzir feixes de alta energia para estudo. [CERN News, NBC]


sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Aplicações dos supercondutores (applications of superconductors)



       
       Segue abaixo uma pequena lista contendo algumas das mais importantes aplicações práticas dos sistemas supercondutores. O objetivo desse post é fornecer apenas uma ideia geral sobre onde são empregados estes materiais. Para uma visão mais profunda, vejas os links nas laterais desse blog e encontre livros para download gratuito como, por exemplo, Applications of High-Tc Superconductivity. Obs.: clicando nos links e nas imagens, a página será direcionada para a fonte das informações. Veja cada link e enriqueça ainda mais seus conhecimentos.





        
             Componentes SQUID                              SQUID

O SQUID é o equipamento mais sensível para a detecção de campos magnéticos, capaz de medir intensidades da ordem de 10–15 T. O campo da terra é em torno de 10–6 T e o do cérebro humano é por volta de 10–13 T. Em geral, o SQUID é usado para realizar medidas magnéticas de várias espécies de materiais, sendo por isso frequentemente denominado de magnetômetro SQUID. Sua capacidade de detecção é proporcionada pelas famosas junções Josephson.


Esquema básico de uma junção Josephson

Brian David Josephson previu que seria possível o tunelamento de pares de Cooper entre dois supercondutores separados por uma distância menor que 10 Å, na ausência de uma voltagem externa. A confirmação experimental de sua previsão veio no ano de 1963 por Anderson e Rowell. Uma junção Josephson é formada por dois supercondutores fracamente acoplados através de uma fina película isolante. A película pode ser feita a partir da oxidação do filme da base ou pela deposição de camadas adicionais de um metal oxidado, de um semicondutor ou de um metal normal. Quando utilizado material isolante, a espessura da barreira é de alguns nanômetros. Para uma barreira feita de material semicondutor ou normal, ela possui espessura de 10 a 100 vezes maior.
No SQUID, a corrente que entra no dispositivo é dividida em duas componentes que atravessam as duas JJ na forma de correntes de pares de Cooper. Quando o SQUID é submetido a um campo magnético, cada corrente varia periodicamente, passando por máximos consecutivos à medida que o fluxo magnético passa por múltiplos do quantum fundamental, . Dessa maneira, por meio de um circuito contador, pode-se determinar o número de máximos que a corrente atravessa e conhecer assim o fluxo magnético final.
Outra aplicação amplamente divulgada do SQUID é a magnetoencefalografia. Uma técnica que permite mapear o campo magnético gerado pela atividade cerebral, através de sensores que atuam em conjunto com um SQUID.





Para atingir sua temperatura ideal de condução, o cabo supercondutor é resfriado com nitrogênio líquido.[Imagem: Nexans]

        Apesar de alguns materiais apresentaram altas temperaturas críticas e elevadas densidades de corrente, um grande desafio está na confecção de fios. Os cupratos ainda são os campeões da TC, mas por serem materiais cerâmicos, ainda é impraticável substituir os comuns fios de cobre por supercondutores. Apesar disso, várias pesquisas estão dando ótimos resultados, como é o caso do maior cabo supercondutor do mundo. Instalado na Alemanha, unindo duas subestações na cidade de Ruhr e projetado para suportar uma carga de 40 MW (megawatts), o cabo será formado por seções concêntricas operando a 10.000 volts. Segundo engenheiros do Instituto de Tecnologia Karlsruhe, que projetaram o cabo, ele será o primeiro a incorporar um sistema de proteção contra sobrecargas, com limitador de corrente. O cabo supercondutor terá 1 km de extensão - para se ter uma ideia, o recorde mundial de intensidade de corrente elétrica foi batido com um cabo supercondutor de 30 metros de comprimento. (Fonte: http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=maior-cabo-supercondutor-mundo)


Sistema de cabos supercondutores instalados em Nova York
Imagem da American Superconductor



Espectrômetro RMN da Oxford

        Esta técnica se baseia em gerar um campo magnético e orientar o spin dos núcleos (ou magnetização dos núcleos), após isto são gerados pulsos magnéticos que irão perturbar a magnetização dos spins e é medido o tempo que o spin demora para voltar à magnetização inicial. A intensidade do campo magnético necessária para orientar o núcleo dos átomos é obtida com o uso de supercondutores. No interior do equipamento, materiais supercondutores imersos em hélio líquido permitem gerar campos magnéticos altíssimos pela passagem de corrente elétrica.

LHC: Large Hadron Collider – Grande Colisor de Hádrons


Anel do LHC
       
        O Grande Colisor de Hádrons (LHC) do CentroEuropeu de Pesquisas Nucleares (CERN) é o maior acelerador de partículas do mundo. O LHC consiste de um anel de 27 km de magnetos supercondutores com uma série de estruturas de aceleração para aumentar a energia das partículas ao longo do caminho. O enorme campo magnético necessário para acelerar as partículas a altíssimas velocidades próximas à da luz é gerado a partir dos supercondutores.

Outras aplicações

Limitadores de corrente



Motor


MagLev – trens de levitação magnética







Separador magnético industrial



Pesquisas em fusão nuclear



        Ainda há muitas outras aplicações dos materiais supercondutores que não foram mencionadas aqui. A maioria delas não faz parte do cotidiano do cidadão comum, como a computação quântica, por exemplo. É provável que nos próximos 20 anos a supercondutividade se aproxime mais da vida cotidiana e traga maiores benefícios pra humanidade. Espero e torço para que pesquisadores brasileiros tenham grande contribuição nesta jornada.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

A desconhecida contribuição de Linus Pauling (Linus Pauling contributions for superconductivity)


Apesar de pouco conhecido, Linus Carl Pauling publicou quatro trabalhos em supercondutividade e depositou duas patentes. Em cada um deles, Pauling utilizou sua teoria da ressonância não-sincronizada das ligações covalentes para descrever o estado supercondutor em termos do mecanismo da transferência de elétrons.


Sua teoria RVB foi formulada em 1949 e seu primeiro artigo contemplando a supercondutividade foi publicado em 1968. Em comparação com outras teorias, os trabalhos de Pauling não alcançaram visibilidade equivalente. Dos quatro artigos publicados por ele, o que teve maior repercussão possui 88 citações e versa qualitativamente a respeito dos high-TC. Nele, Pauling descreve a supercondutividade nos cupratos como o resultado de uma combinação apropriada de diversos fatores, tais como: valência, eletronegatividade, raio atômico, interação crista-calha, etc. Nos demais artigos, Pauling demonstra a ocorrência da ressonância não-sincronizada no estado supercondutor e sua contribuição para o mesmo. Em seu ponto de vista, tanto a condutividade quanto a supercondutividade podem ser explicadas dentro do arcabouço teórico da RVB.


Para saber mais a respeito de seus trabalhos em supercondutividade, veja os seguintes textos:


1991: The structure of K3C60 and the mechanism of superconductivity. Proceedings of the National Academy of Sciences 88, pp. 9208-9209. Fonte: http://www.pnas.org/content/88/20/9208.full.pdf


1989: The role of the metallic orbital and of crest and trough superconduction in high temperature superconductors, em: R. M. Metzger (Ed.), High Temperature Superconductivity: The First Two Years, Gordon and Breach Scientific Publishers, New York, pp.309–313. Fonte: http://www.osti.gov/energycitations/product.biblio.jsp?osti_id=7051968


1987: Influence of valence, electronegativity, atomic radii, and crest-trough interaction with phonons on the high-temperature copper oxide superconductors. Physical Review Letters 59, nº 2, pp. 225-227. Fonte: http://prl.aps.org/abstract/PRL/v59/i2/p225_1


1968: The ressonating-valence-bond theory of superconductivity: crest superconductors and trough superconductors. Proceedings of the National Academy of Sciences 60, pp. 59-65. Fonte: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC539129/


      1988: More Evidence about the Resonating-Covalent-Bond Theory of Electric Conduction and Superconduction (Fluxon Theory) and the Significance of Crest and Trough Superconductors and Hypoelectronic and Hyperelectronic Metals, February 28. (trabalho não publicado) Fonte: http://osulibrary.oregonstate.edu/specialcollections/coll/pauling/catalogue/pauling03_111-120.html


Para saber mais sobre a teoria RVB originalmente formulada por Pauling, recomendamos o artigo abaixo:


Costa, M. B. S.; Barros, K. A., A Teoria da Ressonância Não-Sincronizada das Ligações Covalentes. Revista Virtual de Química 2012, 4 (2), 130-145. Fonte: http://www.uff.br/RVQ/index.php/rvq/article/view/242/235


      As duas patentes depositadas por Pauling (veja abaixo) se referem a uma proposta de promover um aumento na temperatura crítica dos materiais supercondutores. Ele depositou várias outras em campos de pesquisa distintos, só citamos aqui aquelas de interesse.


1991: Method of Drawing Dissolved Superconductor, Patent No. 5,158,588, filed May 31, 1991. Fonte: http://www.patentbuddy.com/Patent/5158588


1990: Technique for Increasing the Critical Temperature of Superconducting Materials, Serial No. 07/626,723, filed December 12. Fonte: http://patentscope.wipo.int/search/en/WO1989012030


      “Por sua pesquisa na natureza da ligação química e sua aplicação para a elucidação da estrutura de substâncias complexas”, Pauling recebeu o prêmio Nobel de química em 1954. Anos depois recebeu o da paz em 1962. Entrou para a história da ciência como um dos maiores pesquisadores de todos os tempos e um pacificador de destaque. Para saber mais sobre sua obra, recomendamos o formidável link:



      Por fim, é oportuno destacar que o professor da UFPE, Antonio Carlos Pavão, desenvolve trabalhos com a teoria RVB desde a década de 80 e é o principal ícone do Brasil na área. Os diversos artigos do professor Pavão versam sobre magnetismo, supercondutividade, carcinogênese química, catálise, condutividade elétrica, etc. Em todos eles, a teoria RVB é empregada de modo a interpretar o fenômeno sob a óptica da transferência de elétrons. Recomendamos ao leitor ver os artigos do professor Pavão para um aprofundamento no tema.

Principal pesquisador brasileiro da teoria RVB

sábado, 11 de maio de 2013

Mangueira magnética transporta magnetismo para múltiplos locais (Magnetic hose: Routing and Long-distance Transportation of Magnetic Fields)


Com informações da PhysicsWorld - 10/05/2013


 Mangueira magnética com uma entrada (esquerda) e duas saídas.
[Imagem: Carles Navau et al.]


Jorrando magnetismo

Em um experimento cujas implicações práticas ainda não foram totalmente exploradas, pesquisadores espanhóis mostraram recentemente que o magnetismo pode ser teletransportado.

Agora, a mesma equipe se juntou a colegas alemães para mostrar que há outras formas de carregar o magnetismo de um lado para o outro.

Carles Navau e seus colegas construíram uma "mangueira magnética" - uma espécie de mangueira de jardim que, em vez de transportar água, transporta campos magnéticos e os "despeja" onde forem necessários.

Segundo eles, a mangueira magnética poderá ser utilizada para criar uma ampla variedade de circuitos, da eletrônica e do armazenamento de dados tradicionais até uma nova forma de manipular os qubits dentro de um computador quântico.

Isto porque as mangueiras para o transporte de magnetismo podem ser feitas com dimensões que vão dos metros aos nanômetros, dependendo da necessidade.


Ondas e campos

A tecnologia atual explora à exaustão o fato de que as ondas eletromagnéticas podem ser transmitidas a grandes distâncias pelo ar, assim como a eletricidade ao longo de fios.

Mas o mesmo não acontece para campos elétricos e campos magnéticos estáticos, cujas magnitudes decaem rapidamente com a distância - a maior distância que os campos magnéticos têm sido transmitidos alcança poucos metros, como no interior dos núcleos dos transformadores.

Entraram então em ação os metamateriais, que permitem a alteração da trajetória das ondas eletromagnéticas pela transformação dos seus elementos constituintes, as ondas elétricas e os campos magnéticos - é a mesma técnica, chamada óptica transformacional, que é usada para criar os mantos de invisibilidade.

O objetivo dos pesquisadores era aplicar a óptica transformacional a campos estáticos para acoplar magneticamente dois sistemas quânticos - que podem ser qubits de um computador quântico.



A possibilidade de fazer múltiplas saídas do campo magnético foi descoberta depois que os pesquisadores observaram um defeito na camada supercondutora (marcação com X). À direita, os ganhos em eficiência das diversas camadas da mangueira magnética. [Imagem: Carles Navau et al.]



Condutor de magnetismo

Essencialmente, a mangueira magnética é formada por anéis concêntricos de ímãs cilíndricos envoltos por um supercondutor.

Bastam duas dessas camadas para transportar 75% de um campo magnético de uma extremidade à outra do cilindro - com 20 camadas é possível transportar 90% do campo magnético.

Mas isso não esgotou as possibilidades da técnica, e os cientistas demonstraram que é possível fazer "derivações" na mangueira magnética, despejando o campo magnético em outros pontos de um circuito mais complicado de cilindros.

Isto torna a mangueira magnética um análogo perfeito para os campos magnéticos daquilo que os fios são para a eletricidade - ou seja, o feito abre a possibilidade de construção de circuitos magnéticos.

Os pesquisadores acreditam que o transportador de campos magnéticos pode ser utilizado para manipular informações quânticas, por exemplo, dos spins de defeitos em pequenos cristais de diamante, conhecidos como vacâncias de nitrogênio.

Para funcionar como bits dentro de um computador quântico, esses spins devem ser endereçáveis independentemente com campos magnéticos, o que poderá ser feito com mangueiras magnéticas em nanoescala.

Bibliografia:

Magnetic hose: Routing and Long-distance Transportation of Magnetic Fields
Carles Navau, Jordi Prat-Camps, Oriol Romero-Isart, J. Ignacio Cirac, Alvaro Sanchez

terça-feira, 23 de abril de 2013

Há algo além de elétrons na condução da eletricidade? (Is there anything besides electrons in the electrical conductivity?)


Redação do Site Inovação Tecnológica - 22/04/2013


Elétrons não são suficientes para explicar supercondutores

As regras da condução elétrica não se aplicam aos supercondutores, materiais onde a eletricidade flui livremente, sem qualquer resistência. [Imagem: Philip Phillips]

A corrente elétrica tem sido explicada como um fluxo de elétrons correndo através de um material. Mas parece que esta pode não ser a história toda, pelo menos quando se chega ao limite da condutividade.

“A história da condução elétrica nos metais é contada inteiramente em termos de elétrons. Os supercondutores mostram que há algo completamente novo a ser compreendido, além daquilo que os elétrons estão fazendo,” afirma o Dr. Philip Phillips, da Universidade de Illinois.

Phillips e seus colegas mostraram que as regras dos livros-texto não se aplicam aos supercondutores, materiais onde a eletricidade flui livremente, sem qualquer resistência. Eles estudaram um tipo de material supercondutor conhecido como cuprato, essencialmente uma cerâmica à base de cobre.

Na física, o Teorema de Luttinger estabelece que o número de elétrons em um material é igual à soma dos elétrons em todos os seus átomos. Embora tenha-se mostrado válido para metais e semicondutores, o teorema falhou quando os pesquisadores estudaram os cupratos a fundo: em determinadas energias, a eletricidade que flui pelo supercondutor não pode ser explicada pela soma dos elétrons dos seus átomos.

“Este resultado está nos dizendo que a física [da condução elétrica] não pode ser descrita somente pelos elétrons," disse Phillips. "Isso significa que os cupratos são ainda mais estranhos do que se pensava: alguma outra coisa, diferente dos elétrons, está transportando a corrente.”

Agora, os pesquisadores estão explorando possíveis candidatos para as portadoras de carga adicionais, particularmente um novo tipo de excitação conhecida como unparticles (não-partículas). Estas partículas virtuais muito estranhas - não é à toa que elas são chamadas de "não-partículas" - também estão sendo propostas para explicar uma elusiva Quinta Força Fundamental da natureza.

Bibliografia:
Absence of Luttinger’s Theorem due to Zeros in the Single-Particle Green Function. Kiaran B. Dave, Philip W. Phillips, Charles L. Kane, Physical Review Letters, Vol.: 110, 090403
DOI: 10.1103/PhysRevLett.110.090403

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