Redação do Site Inovação Tecnológica - 26/12/2014
O
robô é pequeno o suficiente para caber no duto apertado da máquina de MRI e
ainda deixar espaço para o paciente e para as mãos do médico. [Imagem:
Worcester Polytechnic Institute]
Biópsias cegas
Uma equipe de engenheiros e médicos dos
Estados Unidos começou a testar um novo robô-cirurgião capaz de operar dentro
de um equipamento de ressonância magnética.
O objetivo
do robô é realizar biópsias de câncer da próstata de forma mais rápida, mais
precisa e menos desconfortável para o paciente.
Se passar
pelos testes, futuramente o robô também poderá ser usado na aplicação de
terapias contra o câncer.
“O câncer da
próstata é a última forma de câncer ainda diagnosticada com biópsias cegas, por
isso estamos trabalhando para mudar isso com a tecnologia guiada por imagem,”
disse a Dra. Clare Tempany, do Instituto Politécnico Worcester. “O principal
objetivo do nosso grupo é desenvolver tecnologias que permitam ampliar as
capacidades dos médicos para tratar seus pacientes.”
Atualmente,
a maioria das biópsias da próstata é feita usando imageamento por ultrassom.
Embora uma ecografia consiga localizar a próstata, essa técnica de imagem não
tem precisão suficiente para determinar onde está o potencial tumor - é por
isso que os médicos chamam o procedimento de biópsia cega, com a agulha sendo
usada para perfurar vários pontos na expectativa de capturar o tecido doente
para posterior análise.
Já a
ressonância magnética produz imagens anatômicas e de caracterização de tecido
detalhadas, podendo potencialmente identificar as lesões cancerosas.
Robô blindado
O desafio
foi desenvolver um robô que funcionasse bem dentro de um aparelho de
ressonância magnética, com seu fortíssimo ímã supercondutor. Para isso, todos os sensores e atuadores precisaram
ser construídos com materiais não-ferrosos - o robô é quase todo de plástico e
usa motores piezoelétricos cerâmicos.
O
contrário também é verdadeiro, e o robô não pode interferir com o exame e
estragar as imagens de ressonância magnética. Isto foi feito com sucessivas
camadas de proteção de toda a parte eletroeletrônica do robô, de forma a
reduzir ao máximo a indução de sinais eletromagnéticos.
E o robô
também precisava ser pequeno o suficiente para caber no duto apertado da
máquina de MRI e ainda deixar espaço para o paciente e para as mãos do médico.
O primeiro
teste em humanos do sistema robótico, programado para 2015, será resultado de
mais de seis anos de pesquisa e desenvolvimento, feitos em parceria com
engenheiros e médicos da Universidade Johns Hopkins e do Hospital Brigham and
Women.
Bibliografia:
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