Em visita técnica ao trem de levitação
magnética da Coppe, o Maglev-Cobra, no dia 1º de outubro, especialistas de mais
diversos países acompanharam o início da fase de testes da linha experimental
aplicada, na Cidade Universitária do Rio de Janeiro. A visita fez parte da
programação final da 22ª Conferência Internacional sobre Sistemas de Levitação
Magnética e Motores Lineares – Maglev 2014.
“O
início da fase de testes do Maglev-Cobra representa uma ruptura de barreira
tecnológica para o Brasil. Esta nova etapa tornará esse projeto, que é adequado
para o transporte urbano de passageiros, mais visível para a sociedade. O
próximo passo será buscar parceiros para que o projeto entre em operação
comercial”, afirmou o professor Luiz Pinguelli Rosa, diretor da Coppe/UFRJ.
De
acordo com o coordenador do Maglev-Cobra, um dos próximos passos é a realização
de testes em linhas maiores. “O Plano Diretor da UFRJ para a Cidade
Universitária prevê a implantação de uma linha do Maglev Cobra ligando a
estação do BRT da Ilha do Fundão até o Parque Tecnológico da UFRJ”, explicou
Richard Stephan, que coordena o Laboratório de Aplicações de Supercondutores (Lasup) da Coppe.
Confira abaixo a opinião dos especialistas que
levitaram no Maglev-Cobra
Um
dos primeiros conferencistas a embarcar no trem de levitação magnética da
Coppe, Kenji Lars Giler, pesquisador da Universidade de Munique, aprovou a
operação. “O design é muito dinâmico e o arranque é suave. Achei bem
silencioso”, disse.
O
consultor norte-americano, Laurence Blow, que abriu o congresso apresentando os
projetos de tecnologia maglev ainda não implantados nos Estados Unidos,
ressaltou a importância dos testes em protótipos. “A aplicação da tecnologia é
muito importante para a confiabilidade do sistema. Com os testes podemos
avaliar funções que precisam funcionar conjuntamente: levitação, condução e
propulsão. Para tornar um sistema confiável é necessário repetir centenas e centenas
de vezes. Essa é a maneira perfeita de fazer isso”, explicou Blow, presidente
do Maglev Transport Inc, Arlington, EUA.
Para
o professor da Universidade de Leipzig, Alemanha, o Maglev-Cobra precisa agora
de investimento para ser instalado nas ruas, beneficiando os cidadãos. “O que o
professor Richard fez é muito bom, com grande perspectiva para o futuro. Agora
é necessário levar os benefícios dessa tecnologia para a população”, opinou
Johannes Klühspies, que também é presidente da International Maglevboard, uma
instituição sem fins lucrativos que promove a Tecnologia Maglev.
Berlin será a sede do próximo Congresso
Durante
a cerimônia de encerramento, no dia 30 de setembro, no Hotel Windsor, o
professor Richard Stephan agradeceu aos patrocinadores e convocou à mesa o
professor do Departamento de Energia Avançada, da Universidade de Tóquio,
Hiroyuki Ohsaki, em substituição ao presidente do comitê organizador, Eisuke
Masada, para receber, eu seu nome, a homenagem por sua contínua contribuição
para o desenvolvimento da tecnologia Maglev.
Ohsaki
aproveitou a oportunidade para anunciar que a sede da próxima conferência será
em Berlin, na Alemanha, em 2016 ou 2017.