PAULO MAURÍCIO COSTA
Rio - O primeiro trem de
levitação magnética fabricado no país, o Maglev-Cobra, desenvolvimento pela
Coppe, da UFRJ, começará a fase de testes operacionais no próximo dia 1º. Um
time de pesquisadores estrangeiros chegará ao Rio no próximo domingo para participar
de uma conferência e conhecer o veículo flutuante no trajeto em que ele vai
funcionar, os 200 metros compreendidos entre dois centros tecnológicos da
Cidade Universitária, na Ilha do Fundão.
A
composição de quatro módulos (1,5 metro cada um), movido a energia elétrica,
não emite dióxido de carbono nem quaisquer ruídos e terá capacidade para 30
passageiros — em princípio, os frequentadores do campus universitário. O
projeto contempla ainda a instalação de painéis de energia solar capazes de
gerar energia suficiente para alimentar o veículo. Durante a primeira etapa de
testes e ajustes da máquina, a velocidade do trem será limitada a 20
quilômetros por hora (km/h). Entretanto, segundo os pesquisadores, o veículo
poderá alcançar mais de 100 km/h, dependendo da via.
Além dos
benefícios ambientais, a tecnologia de flutuação magnética tem vantagens
econômicas. Um quilômetro de construção de um trilho do trem de levitação magnética
custará um terço do valor necessário para cada quilômetro construído de metrô.
Hoje, um quilômetro de metrô subterrâneo custa de R$ 300 a R$ 400 milhões,
segundo o professor da PUC Fernando MacDowell, especialista em sistemas
metroviários. As obras das estações na Cidade Universitária começaram em abril
do ano passado.
Desenvolvido
no Laboratório de Aplicações de Supercondutores (Lasup) da Coppe, sob a
coordenação do professor Richard Stephan, o Maglev será finalizado em 2015,
segundo a instituição. O Maglev-Cobra, de acordo com Stephan, está hoje no
nível sete de uma escala de evolução tecnológica até dez utilizada pela Nasa, a
Agência Espacial dos Estados Unidos. “Ao
atingir a etapa seguinte, o projeto estará pronto para a industrialização”,
afirmou Stephan.
O teste do
maglev brasileiro, com os especialistas a bordo, vai fechar a 22ª Conferência Internacional sobre Sistemas de Levitação Magnética. Entre os participantes
estão Lin Guobin, responsável pelo projeto do maglev chinês, e Kay Hameyer, diretor
do Instituto de Máquinas Elétricas da Alemanha. Segundo a Coppe, chineses e
alemães compartilham com o Brasil a liderança das pesquisas sobre a levitação
magnética aplicada à mobilidade urbana.
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