Redação do Site Inovação Tecnológica - 10/02/2016
O campo de força magnético será gerado por fios
supercondutores feitos de diboreto de magnésio (MgB2). [Imagem: SR2S/Giorgina Colleoni/Valerio Calvelli]
Enquanto a
NASA se prepara para testar um escudo magnético para proteger as naves contra o
calor na reentrada na atmosfera, a ESA (Agência Espacial Europeia) trabalha em um conceito similar para proteger os
astronautas contra a radiação espacial.
Os
esforços foram concentrados em um projeto chamado SR2S (Space Radiation
Superconducting Shield - Escudo
Supercondutor contra Radiação Espacial).
As
primeiras informações sobre o projeto foram divulgadas no ano passado por
físicos do LHC, que se juntaram
ao projeto para compartilhar sua larga experiência no uso dos ímãs
supercondutores que deverão gerar o escudo antirradiação espacial.
Agora a
equipe europeia anunciou a conclusão do projeto básico, afirmando que “agora têm o conhecimento e as ferramentas
necessárias para desenvolver escudos magnéticos para proteger os astronautas da
exposição à radiação causada pelos raios cósmicos galácticos”.
A escolha
do supercondutor recaiu mesmo sobre o diboreto de magnésio (MgB2)
para gerar o campo de força antirradiação, conforme anunciado inicialmente pela
equipe do LHC.
Os fios e
cabos supercondutores serão dispostos de forma a gerar um campo que os
engenheiros chamaram de “estrutura abóbora”, devido ao formato das linhas de
força do escudo.
“Esta é uma configuração de escudo ativo que
é crucialmente leve e, portanto, adequada para as missões de longa duração no
espaço profundo. A estrutura funciona reduzindo o material atravessado pelas
partículas incidentes, evitando assim a geração de partículas secundárias e,
por decorrência, gerando um escudo mais eficiente,” diz o comunicado do
projeto.
Esse “escudo
abóbora” deverá gerar um campo magnético 3.000 vezes mais forte do que o da
Terra, suficiente para projetar um campo de força de 10 metros ao redor da
nave, desviando os raios cósmicos incidentes e, desta forma, protegendo os
astronautas em seu interior.
Visualização artística de uma nave para voos de longa
duração com o escudo antirradiação implantada ao seu redor. [Imagem: SR2S/Giorgina Colleoni/Valerio Calvelli]
A grande
restrição do projeto era o peso da estrutura geradora do campo de força, já que
a adição de 1 kg à massa de uma espaçonave aumenta o custo da missão como um
todo em U$ 15.000.
Contudo,
no espaço os ímãs supercondutores estarão em seu ambiente natural, dispensando
os caros e pesados equipamentos de refrigeração necessários para mantê-los a
quase -200° C. No frio do espaço, as naves estarão naturalmente em temperaturas
próximas a essa.
“Ainda poderão ser necessários muitos anos
até que essa tecnologia esteja pronta para ser implantada de forma ativa nas
missões espaciais tripuladas ao espaço profundo, mas mais testes da tecnologia SR2S continuarão a ser realizados no curto e médio prazos,” concluiu a nota.
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