Aplicações da Supercondutividade - O skate voador da Lexus

terça-feira, 30 de junho de 2015

Supercondutores e turbinas eólicas: Uma brisa fresca em energias renováveis (Superconducting direct drive technology for next generation wind turbines: A fresh breeze in renewables)




A empresa Envision Energy, líder mundial no fornecimento de soluções inteligentes em energia, anunciou que pretende instalar um gerador supercondutor em uma de suas turbinas eólicas mais avançadas. O produto chamado gerador EcoSwing é projetado para uma turbina de acionamento direto de 3 MW e fornecerá energia suficiente para abastecer 1.000 famílias.
Anders Rebsdorf, chefe do Centro Global de Inovação da Envision, comentou: “Após anos de pesquisa, a supercondutividade finalmente amadureceu a um nível onde pode ser considerada para testes e demonstrações em uma turbina eólica de tamanho real. O gerador será um dos sistemas supercondutores mais ambiciosos em termos de densidade de torque, e estamos orgulhosos de liderar este importante projeto”.
É o primeiro gerador supercondutor projetado para uma turbina eólica e promete uma mudança de patamar no desenvolvimento do gerador. A principal vantagem do EcoSwing é uma economia de peso de mais de 40% em comparação com geradores convencionais. Outra vantagem é a drástica redução no uso de terras raras – um material escasso e de preços oscilantes.
       Anders Rebsdorf acrescentou sobre o impacto do mercado: “Os potenciais para um gerador leve e competitivo são verdadeiramente emocionantes. A tecnologia EcoSwing pode ser um avanço importante em nossa busca para reduzir o custo das energias renováveis”.
       A tecnologia EcoSwing aborda aspectos multidisciplinares de investigação e desenvolvimento e promove avanços em supercondutividade industrial, criogenia e conversão de energia. Para lidar com a implementação da tecnologia, o consórcio irá realizar estudos de risco e avaliar aspectos regulatórios. Após o teste minucioso em um laboratório certificado, o gerador está previsto para operar por mais de um ano em uma moderna turbina eólica de grande porte na Dinamarca.

Sobre a supercondutividade

Os supercondutores são capazes de conduzir eletricidade sem resistência. Eles são, portanto, altamente complementares às tecnologias de maior eficiência energética como um substituto para o cobre. Em comparação com o cobre, pode transportar 100 vezes a densidade de corrente, tornando os equipamentos leves e compactos. Em razão da enorme redução de volume, o uso de supercondutores torna esta tecnologia altamente competitiva para máquinas convencionais.





segunda-feira, 29 de junho de 2015

Reator que gera energia com a mesma reação que ocorre no Sol pode ficar pronto em dez anos




A Skunk Works, divisão de tecnologia experimental da empresa aeroespacial americana Lockheed Martin, tem trabalhado em um novo design de reator de fusão nuclear que pode, segundo seus criadores, revolucionar a geração de energia global em dez anos.
       O equipamento tem o tamanho de um motor de jato, e poderia ser utilizado em aviões, naves espaciais, navios e abastecer cidades inteiras, com as dimensões apropriadas.
       A busca por um reator de fusão nuclear, mesmo processo observado no interior de estrelas, como o Sol, tem mantido cientistas das maiores empresas do ramo ocupados há anos. O grande problema desse equipamento, que poderia gerar energia limpa e constante, é que os projetos atuais exigem muita energia para manter o núcleo estável, tornando-os ineficientes.
       O desenho mais popular atualmente se originou na União Soviética, e é conhecido como Tokamak. Uma instalação de testes baseada nesse modelo está sendo construída na França, e exemplifica os desafios de engenharia encontrados para implementar essa tecnologia – com instalações enormes e produtividade suficiente apenas para uma escala experimental.
       Segundo o chefe da divisão da Lockheed Martin responsável, o novo reator de fusão nuclear portátil utiliza um design tubular, protegido por campos magnéticos gerados por imãs supercondutores, que suportaria mais plasma em seu interior – uma das limitações centrais desse tipo de equipamento.



O design do reator de fusão nuclear da Lockheed Martin


Por causa dessa incapacidade de reter plasma, os reatores do tipo Tokamak exigem estruturas enormes, como é o caso do já citado Reator Experimental Termonuclear Internacional, que deve ser concluído em 2016. “Gostaríamos de ter um protótipo em cinco gerações. Se conseguirmos manter nosso plano de fazer uma geração de design-teste a cada ano, estamos a cinco anos [desse protótipo], e já mostramos que podemos fazer isso no laboratório”, diz o Dr. Thomas McGuire, chefe da divisão encarregada do projeto.
       Depois que esse protótipo comprovasse as conclusões de sua equipe, segundo McGuire, em mais cinco anos a humanidade teria seu primeiro reator de fusão nuclear comercialmente viável. Em outras palavras, teríamos nossos próprios Sóis portáteis, capazes de fornecer energia limpa para um futuro mais sustentável.




domingo, 28 de junho de 2015

D-Wave Systems atinge marca de processamento de 1000 bits quânticos




A D-Wave Systems anunciou nesta semana que ultrapassou a marca de processamento de 1000 qubits (bits quânticos) com um novo chip que tem o dobro do tamanho do último criado pela própria empresa. Com isso, o processador considera 21000 possibilidades simultaneamente, o que minimiza as 2512 possibilidades que estavam disponíveis com o D-Wave Two. Para efeito de comparação, o número de possibilidades que o chip pode considerar é maior do que o número de partículas de todo o universo visível.
       Em termos práticos, a conquista tecnológica da D-Wave Systems permitirá que um computador quântico possa resolver problemas computacionais mais complexos do que qualquer outro. Isso porque o qubit, que é uma unidade de informação com propriedades quânticas, trata os dados de maneira diferente do bit comum. Em vez de considerar as informações de forma isolada, como fazem os computadores tradicionais, ele as integra para criar novas dimensões para o processamento.
       “Quebrar a barreira dos 1000 qubits marca o resultado de anos de pesquisa e desenvolvimento de nossos cientistas, engenheiros e fabricantes”, afirmou Vern Brownell, CEO da D-Wave. “Esse é um passo essencial para trazer a promessa da computação quântica para lidar com problemas mais desafiadores que as organizações possam enfrentar, sejam eles técnicos, comerciais, científicos ou de segurança nacional”.
       Os novos processadores, que compreendem mais de 128.000 junções Josephson em 6 camadas de metal num processo de 0,25 µm, são os supercondutores de circuitos integrados mais complexos já produzidos com sucesso.  Para que funcionem, esses chips precisam estar 40% mais refrigerados do que os outros processadores quânticos – que já requeriam estar próximos do zero absoluto. Com esse novo processo de fabricação, a D-Wave conseguiu também reduzir o barulho dos componentes em 50%.
       “Para a indústria de computação de alto desempenho, a promessa da computação quântica é muito emocionante. Ela oferece o potencial para resolver problemas importantes que não podem ser resolvidos hoje ou tomariam uma quantidade razoável de tempo para isso”, disse Earl Joseph, vice-presidente da IDC ao HPC.
       Baseada em Palo Alto, na Califórnia, a D-Wave é a maior fabricante de componentes de computação quântica do momento e presta serviços para a NASA e Google.




sábado, 27 de junho de 2015

Skate voador e trens super-rápidos - Por que precisamos de supercondutores? (Hoverboards and super-fast trains – why we need superconductors)





Se os físicos forem capazes de atingir a meta da supercondutividade a temperatura ambiente em um material fácil de moldar em fios, novas e importantes tecnologias surgiriam logo em seguida.
        Os materiais podem ser divididos em duas categorias com base na sua capacidade de conduzir eletricidade. Metais, como cobre e prata, permitem que os elétrons se movam livremente transportando carga elétrica. Isolantes, tais como a borracha ou madeira, mantém seus elétrons com força e não permitem que uma corrente elétrica flua.
Novas técnicas de laboratório para resfriar materiais a temperaturas próximas do zero absoluto (-273 °C) foram desenvolvidas por físicos no começo do século 20, o que deu início a uma investigação sobre como a capacidade de conduzir eletricidade muda em condições tão extremas.
        Em alguns elementos simples, como mercúrio e chumbo, percebeu-se algo notável - abaixo de uma determinada temperatura estes materiais podem conduzir eletricidade sem resistência.
        Nas décadas posteriores a esta descoberta os cientistas encontraram comportamento idêntico em milhares de compostos, de cerâmica à nanotubos de carbono.
        Vamos pensar neste estado da matéria não como um metal ou um isolador, mas uma terceira categoria exótica, um supercondutor.
        Um supercondutor conduz eletricidade perfeitamente, isto significa que uma corrente elétrica em um fio supercondutor continuaria a fluir em círculos por bilhões de anos, nunca se degradando ou se dissipando.


Elétrons na pista rápida
        Em nível microscópico os elétrons em um supercondutor se comportam de forma muito diferente daqueles em um metal normal.
        Pares de elétrons supercondutores se unem, o que lhes permite viajar com facilidade a partir de uma extremidade à outra de um material.
        O efeito é um pouco como uma faixa exclusiva em uma rodovia movimentada. Elétrons individuais ficam presos no trânsito, esbarram em outros elétrons e obstáculos enquanto fazem seu caminho. Elétrons emparelhados, por outro lado, tem prioridade para viajar na pista rápida através de um material, capaz de evitar o congestionamento.
        Supercondutores já possuem aplicações fora do laboratório em tecnologias como a Ressonância Magnética (MRI). Aparelhos de ressonância magnética utilizam supercondutores para gerar um grande campo magnético que dá aos médicos uma forma não invasiva para obter imagem do interior do corpo de um paciente.



Aparelho RMI


Ímãs supercondutores também possibilitaram a recente detecção do bóson de Higgs no CERN, dobrando e focando feixes de partículas em colisão.
Uma propriedade interessante e potencialmente útil dos supercondutores surge quando eles são colocados perto de um ímã forte.
O campo magnético faz com que as correntes elétricas fluam espontaneamente sobre a superfície de um supercondutor, que dão origem à sua própria, contrariando o campo magnético. O efeito é que o supercondutor levita acima do ímã, suspenso no ar por uma força magnética invisível.
        O que impede uma utilização mais generalizada destes materiais é o fato de que os supercondutores só operam em temperaturas muito baixas.
        Nos elementos simples, por exemplo, a supercondutividade desaparece em apenas 10 K, ou -263 °C. Em compostos mais complexos, como o óxido de ítrio bário cobre (YBa2Cu3O7), a supercondutividade pode persistir a temperaturas mais elevadas, até 100 K (-173 °C).
        Embora isso seja uma melhoria em relação aos elementos simples, ainda é muito mais frio do que a noite mais fria do inverno na Antártida.
        Cientistas sonham em encontrar um material que as propriedades supercondutoras possam ser usadas em temperatura ambiente, mas é uma tarefa desafiadora.
        O aumento da temperatura tende a destruir a cola que une os elétrons em pares supercondutores, o que, em seguida, leva o material de volta ao seu estado metálico chato. Um dos grandes desafios é o fato de que nós ainda não entendemos muito sobre esta cola, exceto em alguns casos limitados.


De superátomo para o supercondutor
Uma nova pesquisa da Universidade do Sul da Califórnia deu um novo passo no sentido de melhorar a nossa compreensão de como a supercondutividade surge.
        Em vez de estudar a supercondutividade em amostras volumétricas grandes, como fios, Vitaly Kresin e seus colaboradores conseguiram isolar e examinar pequenos aglomerados de algumas dezenas de átomos de alumínio de cada vez.
Estes pequenos aglomerados de átomos podem atuar como um “superátomo”, compartilhando elétrons de uma maneira que imita um único átomo gigante.
        O que é surpreendente é que as medições destes clusters revelam o que pode ser a assinatura do emparelhamento do elétron persistindo por todo o caminho até 100 K (-173 °C).
        Esta temperatura ainda é muito baixa, mas é 100 vezes maior do que a temperatura supercondutora de um pedaço de fio de alumínio.
        Por que um pequeno punhado de átomos superconduz a uma temperatura muito mais elevada do que os milhões de átomos que formam um fio?
        Os físicos têm algumas ideias, mas o efeito é muito pouco explorado, e poderia revelar-se uma forma interessante de evolução na busca da supercondutividade em altas temperaturas.



Trem MagLev


        Com a supercondutividade em temperatura ambiente, os dispositivos que usam eletricidade se tornariam consideravelmente mais eficientes e consumiriam menos energia. O transporte de eletricidade por longas distâncias se tornaria muito mais fácil, o que é particularmente útil para aplicações de energias renováveis ​​- e alguns propuseram cabos supercondutores gigantes que ligariam a Europa com fazendas de energia solar no norte da África.
        O fato de que os supercondutores levitam acima de um ímã forte também cria possibilidades eficientes, trens de ultra-alta velocidade que flutuam acima de uma faixa magnética, muito parecido com prancha de Marty McFly em “De Volta para o Futuro”.
        Engenheiros japoneses experimentaram a substituição das rodas de um trem com grandes supercondutores que seguram as carruagens alguns centímetros acima da pista.
        A ideia funciona, em princípio, mas sofre do fato de que os trens precisam levar tanques dispendiosos de hélio líquido com eles, a fim de manter frios os supercondutores.
        Muitas tecnologias de supercondutores irão provavelmente permanecer na prancheta, ou muito caras para implementar, a menos que um supercondutor a temperatura ambiente seja descoberto.
        É apenas possível que os avanços feitos pelo grupo de Kresin pode marcar esta jornada.





sexta-feira, 26 de junho de 2015

Lexus cria skate voador como o de “De Volta para o Futuro 2”




Quem nunca quis ser Marty McFly e fugir de bandidos em cima de um skate voador? O objeto mais desejado pelos amantes da trilogia De Volta para o Futuro sempre pareceu impossível de ser criado... até hoje.
       A Lexus, fabricante de carros de luxo que pertence à Toyota, postou um vídeo em seu site com um protótipo de um hoverboard. O vídeo é curto e mostra a prancha, chamada SLIDE, pairando acima de uma pista (que parece ser de concreto, mas pode até ser de aço pintado).
       Segundo o site da empresa, o hoverboard da Lexus usa a levitação magnética para se movimentar sem atrito. Como outros modelos de skate voador que usam magnetismo para levitar, o hoverboard da marca deve funcionar apenas em superfícies de metal.





       Além disso, o vídeo mostra o skate voador soltando uma fumaça, que lembra uma tecnologia já vista no passado: a levitação quântica. De acordo com a Lexus, o SLIDE utiliza nitrogênio líquido para refrigerar os supercondutores e ímãs da prancha, o que torna possível a levitação.
       O skate é feito de bambu e um material que a Lexus descreve apenas como “high tech”. Pela textura, parece ser fibra de carbono. O design caprichado lembra os carros da marca.
       As imagens no site não mostram o usuário em cima do skate voador. Desse modo, não podemos ter certeza se a prancha realmente funciona. Mas a empresa afirma que sim.
       O vídeo pode até ser um truque promocional da Lexus, como a propaganda do HUVrtech, um skate falso criado por uma empresa que não existe. Verdade ou não, nós ficamos animados com a possibilidade.




Transmissão em supercondutor de alta temperatura (Advanced Energy Tech of the Week: High Temperature Superconducting Transmission)




O plano de regular as emissões de carbono da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) é o mais recente desafio para o sistema americano de energia elétrica. A inovação tecnológica é interromper velhas formas de fazer negócios e acelerar a modernização da rede. No ano passado, foi publicado um relatório Tecnologias Avançadas de Energia para a Redução de Gases de Efeito Estufa, detalhando o uso, a aplicação e os benefícios de 40 tecnologias avançadas de energia e serviços específicos. Esse post é parte de uma série tirada dos perfis de tecnologia dentro desse relatório.
A supercondutividade é uma propriedade de alguns materiais em que a resistência elétrica, que normalmente diminui progressivamente com a diminuição da temperatura, de repente, cai para zero, abaixo de uma temperatura crítica. Avanços em materiais criaram os supercondutores de alta temperatura (HTS), com temperaturas críticas relativamente “quentes” de -315 °C a -230 °C para permitir o uso de fluidos refrigerantes menos dispendiosos e fáceis de manusear, tal como nitrogênio líquido. A transmissão de energia elétrica em HTS passa através de um cabo isolado com nitrogênio líquido de alta pressão bombeado por equipamentos de refrigeração. O isolamento permite ao HTS transportar 10 vezes mais corrente (com quase nenhuma perda de potência) do que um cabo padrão de espessura semelhante. Essas linhas podem se conectar diretamente à rede de transmissão AC existente para adicionar uma capacidade de transmissão altamente eficiente de modo a aliviar a congestão, sem a necessidade da aplicação de altas voltagens. A comercialização de HTS para a transmissão está começando a se desenvolver. Vários utilitários começaram a usar a transmissão HTS para projetos em áreas urbanas que não têm espaço para grandes torres de transmissão ou equipamentos transformadores extras. Por exemplo, a Long Island Power Authority (LIPA), utilizando tecnologia da American Superconductor e Nexans, instalou um cabo de transmissão ac supercondutor com 574 MW de capacidade com um metro de largura. Devido à elevada densidade de energia dos cabos, a LIPA foi capaz de aumentar substancialmente a capacidade de transmissão.
A capacidade do HTS para aliviar os gargalos de transmissão permite uma operação mais eficiente da rede e ajuda a reduzir as emissões e as perdas de energia de transmissão. Além disso, evita a maioria dos desafios que afetam projetos de transmissão tradicionais. Como as linhas de HTS não emitem ou recebem interferência, posicioná-las em estreita proximidade umas das outras não impede o seu funcionamento ou de objetos próximos sujeitos a campos electromagnéticos. Isto permite a utilização de sistemas muito estreitos, e cabos HTS podem ser embalados e enterrados firmemente, reduzindo as necessidades de terra e permitindo a implantação de linhas onde de outra forma seriam difíceis ou impossíveis.






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