Com informações da Faperj - 23/05/2013
O trem de levitação magnética possui uma eficiência
energética quase 20 vezes maior do que a de um ônibus a diesel. [Imagem:
COPPE/UFRJ]
Levitação
brasileira
Dentro de um ano, os frequentadores do campus da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) poderão usar o primeiro trem que
levita da América Latina.
Já começaram as obras da construção da estação de embarque
do Maglev-Cobra, o trem de levitação magnética da Coppe/UFRJ, que ligará
inicialmente os dois centros de tecnologia do campus.
A implantação do Maglev-Cobra é fruto de convênios firmados
com o BNDES e com a FAPERJ (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de
Janeiro), envolvendo investimentos de R$ 10,5 milhões.
Desenvolvido no Laboratório de Aplicações de Supercondutores
(Lasup) da Coppe, sob a coordenação do professor Richard Stephan, o
Maglev-Cobra terá capacidade para transportar até 30 passageiros em quatro
módulos, que estão sendo construídos na Cidade Universitária pela empresa
Holos.
“O
Maglev-Cobra coloca o Brasil em lugar de destaque no desenvolvimento de
tecnologias de levitação”, afirma o professor Richard Stephan.
Segundo ele, a China e a Alemanha estão criando, no momento,
protótipos em laboratório com essa tecnologia, mas o Brasil já está construindo
uma linha operacional.
O veículo que dispensa rodas, não emite ruído e nem gases de
efeito estufa, entrará em operação em 2014, antes da Copa do Mundo, percorrendo
um trajeto de 200 metros.
Supercondutores
Além de sustentável, o veículo também é econômico. Suas
obras de infraestrutura chegam a ser 70% mais baratas do que as obras do metrô
subterrâneo, com muito menos impacto na vida da cidade.
A construção de um metrô no Rio de Janeiro tem o custo de R$
100 milhões por quilômetro. Já o trem de levitação, calculam os pesquisadores,
poderá ser implantado por cerca de R$ 33 milhões por quilômetro.
“Na área de transporte público, podemos dizer que o
Maglev é um dos veículos mais limpos do mundo, em termos de emissões. Trata-se
de uma solução para o transporte urbano, perfeitamente adaptável a qualquer
tipo de topografia”, ressalta Stephan.
O pioneirismo do Maglev-Cobra está na utilização da técnica
de levitação com emprego de supercondutores e ímãs de terras raras.
Os supercondutores são refrigerados com nitrogênio líquido a
uma temperatura de -196ºC. Um protótipo funcional utilizado hoje no laboratório
de testes desliza por um trilho de 12 metros, com 8 passageiros.
Movido a energia elétrica, o Maglev possui baixo consumo de
energia, cerca de 25 kJ/pkm (unidade que mede a quantidade de energia gasta
para transportar cada passageiro por um quilômetro).
Para se ter ideia da vantagem da tecnologia em termos de
eficiência energética, o consumo de um ônibus comum é de 400 kJ/pkm e o de um
avião é de 1.200 kJ/pkm.